sexta-feira, 28 de junho de 2019

ÚLTIMA VIAGEM: BÉLGICA, HOLANDA E ITÁLIA

Então, pessoal, meu último rolê: 3 países, 6 cidades em 10 dias. Eu fui com uma amiga e foi a viagem que a gente mais fez coisas pra economizar e foi a mais cara de todas, porque:
- Junho começa a alta temporada na Europa, férias e verão.
- Destinos: apesar de Londres e Paris serem capitais caras, nós juntamos na mesma viagem destinos muito caros no quesito HOSPEDAGEM E ROLÊS CULTURAIS.
A gente chegou a dormir na rua umas três vezes e mesmo assim, saiu mais caro que todas as viagens que eu tinha feito. A minha cota de gasto diário sempre era até 20 euros. E pouquíssimas vezes eu consegui manter, mas passou pouco.
Eu vou dividir este post por países pra ficar mais fácil de falar o que rolou e de dar dicas.

ROTEIRO: 
Bruxelas (Bélgica): 18 e 20 de Junho
Amsterdã (Holanda): 19 de Junho
Milão: 20 de Junho (noite)
Veneza: 21 de Junho
Florença: 22 de Junho
Roma: 23 a 27 de Junho

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Bruxelas - Bélgica 
Nenhuma atração cultural é de graça, mas com o desconto de estudante ou de jovem elas ficam bem baratinhas. O Palácio da Justiça é de graça, mas não conseguimos ir. Pra comer não é tão caro, e o transporte (se tiver hospedado perto do centro) é desnecessário, dá pra fazer tudo andando.
Bruxelas tem dois aeroportos: Zaventem e Charleroi. Se for possível pega pra Zaventem que é o mais perto da cidade, cerca de 10km, e tem muitas opções baratas até o centro.
O trem demora 20 minutos até o centro, mas custa 9 euros. O ônibus custa 4,50 euros, demora 45 minutos.
Nós nos hospedamos no Albergue da Juventude Van Gogh, foi o hostel mais barato com uma diária singela de 23 fucking euros. Tinha um ótimo café da manhã.
O Museu dos Quadrinhos é bem pertinho, e o centro fica a 15 minutos andando.


Bate e volta pra Amsterdã - Holanda
Amsterdã fica à 3h de Bruxelas de ônibus que é a opção mais barata, aproximadamente 18 euros ida e volta pela Eurolines. (Pode ser que na baixa tenha opção mais baratas).
Achar uma hospedagem em Amsterdã por menos de 20 euros (em qualquer época) é quase impossível.
Um aviso: A única rodoviária que faz Bruxelas-Amsterdã é a GARE DU NORD, que não exatamente segura durante a noite. Como todo mundo já sabe a história de "Europa perfeita" não existe. Essa região se complicou ainda mais por causa de refugiados que estão vivendo nas ruas. Nós compramos uma passagem que saia às 03h30 da manhã de Buxelas, pra chegar bem cedinho em Amsterdã, e eu ouvi todo tipo de coisa ruim sobre a Gare du Nord, e fiquei muito desesperada.
O negócio é o seguinte, se você for ir de Bruxelas e for sair muito tarde da noite: chega no ponto do bus (que é na rua, literalmente) uns 15 minutos antes. Se ficar hospedado onde eu fiquei, pega um uber, é mais ou menos 5 euros, (como eu compro um chip todo mês, eu usei o desconto de primeira viagem e paguei centavos) chegamos lá, tinha algumas pessoas no ponto e no mais tava deserto. O motorista do uber foi muito gentil e espero cerca de 5 minutos conosco e bus apareceu. Sem estresse, sem medo e sem aperto.
A rodoviária que a Eurolines para em Amsterdã não é no centro, tem que pegar metrô e ai vem mais uma dica:
Amsterdã é uma cidade caríssima em todos os sentidos: Não tem museu de graça, hospedagem é cara, comida é cara... tudo é caro. acredito que devo ter pagado até pra respirar lá.
A nossa única opção para conhecer a cidade e pagar pouco era fazer bate-volta.
A dica é a seguinte: a passagem única em Amsterdã custa 3,20. O passe de 24h que dá acesso a todos os transportes públicos custa 8 euros. Nós compramos esse passe por dois motivos: Primeiro que ida e volta pra rodoviária ficaria quase esse valor, e a gente queria economizar tempo pra ver o máximo de coisas possíveis! Eu particularmente acho que vale a pena, a gente deve ter dado prejuízo de tanto que usou esse passe, porque é ilimitado, inclusive.
Qualquer museu de arte em Amsterdã custa 19 euros (O museu nacional, Van Gogh, Casa de Rembrandt) se for pagar pra ir em todos já dá 60 euros...
Queria ir ver Van Gogh? Muito. Mas eu acabei vendo obras dele na Nacional Gallery em Londres de graça, e na Nacional Gallery de Berlim por 5 euros.
Sem contar que a obra que eu mais queria ver está no MOMA em Nova York.
Os museus históricos são mais baratos, nossas opções eram: Casa da Anne Frank (10,50 euros) e Museu da Resistência Holandesa (6 euros).

AVISO: Pra não passar vergonha e não chorar na porta da Casa da Anne Frank. NÃO VENDE BILHETE NA PORTA É SÓ ONLINE E RESERVE COM DOIS MESES DE ANTECEDÊNCIA NO SITE OFICIAL.


Acabamos por ir no Museu da Resistência Holandesa, que foi INCRÍVEL. Super didático e com audio-guia gratuito (o que é raro entre os museus europeus). E é o museu mais barato de Amsterdã.
Nós andamos pelos canais, fomos no bairro vermelho, e depois fomos ver a obra do nosso conterrâneo Eduardo Kobra. O grafite fica meio longe, mas é fácil chegar, tem que pegar uma balsa na estação central de Amsterdã, você atravessa toda a estação e vai sair no lugar das balsas, todas são de GRAÇA, se eu não me engano é a balsa 6 que vai pra lá. A obra é MARAVILHOSA.
Tem o mercado das flores que é um xuxuzim.
Muita gente me perguntou sobre a atividade recreativa em Amsterdã, vulgo maconha.
A maconha é legalizada na Holanda, portanto o comércio é ok.
Onde acha maconha?
É óbvio que apesar de legalizada, o governo não permite uma divulgação pesada e nem faz incentivo ao uso, as lojas que vendem maconha se chamam COFFEE SHOP. Então se você só quer um café, não vá a um Coffee Shop hahahaha.
Eu não recomendo que você fume maconha no meio do rolê, porque como é pura, é muito forte e você vai ficar morgando o resto do rolê.
Eu e minha amiga, optamos por não fumar, mas por comprar um Space Cake, que é bolinho de maconha, e nós comemos antes de entrar no ônibus pra voltar pra Bruxelas. Que briza, mano!
É óbvio que é caro, e tem coffeshop turístico que é ainda mais caro e vem pouca maconha nas coisas.
Nós recomendamos um que nos recomendaram que é super local, vazio e mais em conta que chama Happy Feelings. Você pode comprar o cigarro já bolado com ou sem tabaco misturado e tem mil opções de maconha, ou o mesmo bolinho que nós compramos.
ATENÇÃO: UM BECK PURO CUSTA OITO EUROS E É MUITO MUITO MUITO FORTE. Então cuidado.
É óbvio que você não quer tomar no cu e fuder a sua viagem, então se você for comprar maconha, faça o consumo em Amsterdã ou em outra cidade holandesa! Nem pense em sair do país com isso porque pode dar ruim e muito ruim mesmo.
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Voltamos pra Bruxelas, fomos pro hostel. No dia seguinte, fomos conhecer os lugares que faltava e depois nos encaminhamos pro aeroporto pra ir pra Itália. Museu de Magritte é mara e baratim.
A cerveja e o chocolate realmente são muito bons!
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ITÁLIA

Minha dica pra baratear seu deslocamento pela Itália é fazer um percurso único (descendo ou subindo) entre as cidades que quiser visitar. 
Exemplo: Nós chegamos em Milão, fomos pra Veneza, depois pra Florença e depois Roma. No caso, só descemos.




Os principais aeroportos são em Milão e Roma, onde tem os voos mais baratos inclusive, então, faça seu planejando de forma que você não precise voltar pra cidade que chegou ou fazer deslocamentos muito loucos.
Apesar de serem muito pertinho, as regiões da Itália são muito diferentes! E nós escolhemos visitar a capital de cada uma. Pode ser que cidades de "interior" sejam mais tranquilas, porque todas essas cidades que fomos são uma loucura de turista.
Meu sonho de princesa era conhecer a Itália e especificamente Florença, a cidade da Renascença.
Não tivemos nenhum problema muito sério, mas digo logo que: Tudo é um saco e é caro.
A Itália faz um calor do demônio, Florença não tem uma árvore na rua e em Veneza você não pode sentar no chão, te obrigando a sentar num bar e gastar dinheiro. Não tem essa de desconto pra estudante, tudo paga e são HORAS DE FILA, a não ser que você queira reservar o ingresso no site oficial e pagar a mais por isso. Nós tentamos economizar de todo jeito possível, dormimos na rua e quase todos os dias estouramos o orçamento de 20 euros.
Mas enfim, paciência.
Minha dica é: pode ser que as passagens de trem sejam mais baratas que a da Flixbus, se você comprar com uns dois meses de antecedência, mas o percurso é mais rápido, portanto se quiser economizar com hospedagem não vai rolar muito.
O que que a gente fez exatamente: Chegamos em Milão, demos um rolêzinho e fomos para o hostel. De manhã, pegamos um bus pra Veneza, chegamos lá as 10h da manhã, fomos embora no mesmo dia as 21h da noite e chegamos em Florença às 2h da manhã, a estação estava fechada e mas tinha bancos, banheiro, maquina de comida e luz, dormimos no banco mesmo e foi de boa. Quando deu 7h da manhã fomos pro centro da cidade, voltamos pra rodoviaria às 22h da noite e nosso bus pra Roma saia 3h da manhã, mais uma dormidinha no chão... Chegamos em Roma às 6h da manhã e fomos pro AirBNB, passamos 3 dias lá, na hora de ir embora fomos pro aeroporto de Ciampino (que é o mais perto da cidade) e tivemos a feliz surpresa de descobrir que ele fecha de 00h às 04h da manhã, ou seja mais uma dormidinha na rua.
TODAS AS CIDADES (Com exceção de Roma que tem muita coisa mesmo) dá pra conhecer em um dia, no esquema que a gente fez. Nós fomos de Flixbus, porque tava mais barato e demorava mais e isso pra nós significava mais tempo pra dormir de madrugada.
Comida: Você tá no país da massa. Comer pizza ou macarrão ficava quase o mesmo preço que o fastfood BK ou MC, então ÓBVIO que nois entupiu o cu de pizza, macarrão e sorvete. A mais carinha é em Veneza, mas compensa do mesmo jeito.

Atrações culturais: Veneza tudo paga, mas a Basílica de São Marcos é de graça. Florença é a mais cara nesse sentido, a Galeria Uffizi custa 20 euros e o a Galeria da Academia 12 euros. Não tem desconto pra estudante. Eu fui na Galeria Uffizi porque tava chorando na porta e uma moça ficou com dó (acho que rica por sinal) me deu o ingresso de algum parente que não tava muito afim de entrar. Roma tudo paga também, mas é um pouco mais barato. No Vaticano, a basílica de São Pedro é de graça e os Museus do Vaticano custam um único valor de 8 euros (são 8 museus + capela sistina) para estudante.

Transporte: As rodoviárias que a Flixbus pára não são muito perto do centro. Então, a gente precisou pagar em Florença o metro até o centro (foi 1,50) e andou a pé lá. Em Milão, foi a mesma coisa. Em Roma, a gente ficou no AirBNB que era meio longe, então tinhamos que pegar bus sempre, mas não pagamos :) Porque não tem fiscalização no ônibus nem catraca, a gente tava puta de raiva com o preço de tudo então lascou o foda-se e não pagou... Em compensação, o metrô paga, mas é mais pontual... Os ônibus são uma bagunça no sentido de horario e a gente ficou esperando mais de uma hora pra ir pro Vaticano.
Deixei Veneza por último, você deve saber que a cidade sobre a água é bem chatinha de acessar. O transporte público é formado por barcos. A Flixbus tem duas paradas: MESTRE E TRONCHETTO. Mestre é longe pra caralho e Tronchetto é mais perto. Andando de Tronchetto até o centro dá mais ou menos uns 4km. A opção mais rápida é pegar o barco Tagharetto que custa uma facadinha de 7 euros. Nós fizemos o caminho andando e foi massa porque conhecemos muitas coisinhas da cidade.
Na Itália não existe rodoviária fechada, os pontos de bus normalmente são na rua mesmo em frente uma estação de trem. Em Florença demos sorte de ter banheiro, luz e banco e de não ser perigoso.
Milão é bem perigoso e sinistro...

ROMA E PICPOCKETS: 
Atenção redobrada em Roma, igual Paris, cuidado em todos os lugares!!!

ROMA E AS FILA DO CARALHO: 
Evitar fila? Só se comprar antes e pagar mais caro. Pegar menos tempo de fila no Coliseu tem um esquema. O Ingresso para o Coliseu é vendido em um combo (Coliseu+Palatino+Forum Romano) não tem como comprar separado. A minha dica é comprar o ingresso no Forum Romano porque a fila é menor, ir cedo também pode ajudar.

VATICANO:
Nós não vimos o Chico! Mas se você quiser muito vê-lo tem a possibilidade ir na quarta-feira e vê-lo na Audiência Papal, pra poder fazer isso, você tem que pedir um convite no site do Vaticano com uns dois ou três meses de antecedência, é de graça e o convite chega impresso pra você por correio. MAS SE PREPARA PORQUE ESSE DIA TÁ TUDO UM INFERNO DE LOTADO. A técnica de chegar cedo pode ser um tiro no pé, porque MUITA GENTE pensa assim e acaba que a fila fica até maior. Nós fomos na hora do almoço, chegamos lá as 11h, pegamos uns 30 minutos de fila pra Basílica e uma hora de fila pros Museus do Vaticano.

AVISO 1: A menos que você queira passar muita vergonha e virar o centro das atenções por conta de um esporro de um segurança NÃO TENTE DE NENHUMA FORMA POSSÍVEL fotografar a Capela Sistina, tem muito segurança e eles são muito bravos. Viva o espaço, e aproveite. Se quiser compra um cartão postal da capela, é baratinho.

AVISO 2: Não interessa o quão quente esteja, não pode entrar na Basílica nem na Capela Sistina de roupa curta ou de regata, nem homem e nem mulher. "Ah mas isso é um absurdo, é conservadorismo" Bom, queride, se você quer ir a algum lugar de roupa curta pode ir pra praia invés de uma igreja, né? Se tiver muito calor e você só tenha roupa de alcinha ou regata, joga um lenço por cima dos ombros, ou uma jaquetinha, qualquer coisa. Eu tava de calça capri de malha e regata, na hora de entrar na igreja coloquei uma lenço sobre os ombros, inclusive ajuda a proteger do sol na fila se você for mão de vaca como eu e não tiver comprado protetor solar.





quinta-feira, 6 de junho de 2019

IMAGINARIUS - FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE RUA - Aprendizado fora da sala de aula


No dia 30 de março de 2019, eu havia me inscrito para participar da produção do IMAGINARIUS – Festival Internacional de Teatro de Rua, de forma voluntária. Após o processo seletivo e a seleção dos voluntários, houve duas capacitações antes do festival. O festival ocorreu na cidade Santa Maria da Feira (região norte de Portugal) entre os dias 23, 24 e 25 de Maio de 2019. No começo eu havia me questionado sobre o porquê não estender o festival até domingo, depois, tomei conhecimento que dia 26 de Maio haveria eleições e que realmente não seria conveniente. Em três dias de programação o festival reuniu 247 artistas de 12 países, 43 espetáculos/intervenções e um total de 229h de conteúdo de programação. O Imaginarius é o maior festival de artes de rua de Portugal e é uma referência internacional. A programação era dividida em 4 categorias:
- Imaginarius Infantil – espetáculos com classificação etária livre, recomendado para todos os tipos de públicos. Os espetáculos dessa programação aconteciam entre 14h e 19h para facilitar a ida de escolas.
- Mais Imaginarius e Imaginarius OFF – Os espetáculos dessa categoria não recebem cachê, portanto a maioria espetáculos era de médio a pequeno porte (em relação a estrutura) e possuía um ou dois atores no máximo. A maioria, espetáculos circenses.
- Criações Imaginarius – As produções dessa categoria foram financiadas pelo Centro de Criação Imaginarius. Há circo, teatro físico, clown, dança e performance.
- Programação Principal – A programação principal é bastante diversa, em termos de linguagem artística, composta por 5 espetáculos que aconteciam a noite.
As opções de trabalho eram: Gestão de Público, ardinas e apoio a produção dos espetáculos. Eu me inscrevi e atuei no apoio a produção de espetáculos. A função consistia em dar suporte aos artistas durante a montagem do cenário, a instalação e teste de equipamento sonoro e de iluminação, orientar o público a não ultrapassar a corda de limitação que dividia “palco e público” e não se aproximar dos equipamentos e fios. Ao fim do espetáculo, damos suporte à desmontagem do que é necessário.
Apesar de ser uma função “simples” para pessoas que estão habituadas a trabalhar com produção executiva de espetáculos teatrais, o voluntário, como participante da produção do festival precisa ter uma série de condutas, estar ciente das normas de segurança e ter amplo conhecimento do que está a acontecer em cada espaço e em caso de urgência, emergência quem deveria ser contactado e o que nós, na nossa função deveríamos fazer.
Para isso, houve dois dias de capacitação.   
No primeiro dia, 10 de Maio, conhecemos as equipas responsáveis por cada área do Imaginarius, desde a curadoria até a equipa de segurança. No momento final, participamos alguns jogos teatrais com a Cie do Paon (TR), que estavam alocados na programação Criações Imaginarius. Neste dia também tivemos acesso, à uma capacitação de como tratar e receber o público portador de necessidades especiais como cegos, surdos, deficientes físicos e mentais e pessoas dentro espectro autista. 
No segundo dia, nos foi passada a função que executaríamos, em qual espaço e em qual horário. Fui alocada todos os dias de 20h às 00h, na rua dos Descobrimentos e na sexta-feira de 16h às 19h na Igreja Matriz .
Na rua dos descobrimentos, acompanhei o espetáculo Fuori Porta do palhaço italiano Dolly Bomba e a instalação do artista visual português Pedro Henriques que é de Santa Maria da Feira. Na igreja Matriz, acompanhei o espetáculo Belly of the Whale do grupo inglês Ockham’s razor.               
Cada experiência foi muito válida e bem-sucedida. O espetáculo Fouri Porta era bastante simples em termos de estrutura. O cenário composto apenas por uma mala e uma porta móvel. Uma curiosidade, muito especial sobre esse espetáculo e seu ator foi quando fui me apresentar ao ator e dizer que era voluntária e estaria ali caso ele precisasse de algo, naturalmente, falei em inglês. Imediatamente, e muito simpático, o ator falou brevemente que se sente incomodado de conversar em inglês com pessoas que falam línguas que nasceram do latim, como português, francês, espanhol. "O inglês não é nossa língua mãe. O italiano, o francês e o português tem a mesma origem. E mesmo assim estamos aqui a nos comunicar por uma língua que é muito estranha para nós. O que quero propor é, você fala português, eu falo italiano, devagar, sem desespero ou pressa e vamos ver se nos entendemos, ok?"
O espetáculo correu bem, ajudei a fazer a montagem e desmontagem do equipamento de som utilizado.
Na instalação, o trabalho era diretamente com o público. A obra SIMULACRO é um espaço suspenso sobre um rio, é um “chão”, se assemelha a uma cama elástica, mas não é. A ideia é que as pessoas pudessem experienciar outro tipo de superfície, ao caminhar, sentar, deitar. Haviam alguns riscos, como de o de deixar objetos que estão nos bolsos caírem no rio. E o trabalho nesse momento era de orientação do público em relação a esses cuidados.
No espetáculo Belly of The Whale, o trabalho foi auxilio o grupo na montagem da estrutura que era “a barriga da baleia” e ficar atenta a aproximação de crianças perto da estrutura, que realmente chama muito atenção, por parecer um grande brinquedo de parque de diversos, é uma estrutura para trabalho circense que só os atores sabem manusear e que exige muita força e cuidado.
Além do trabalho como voluntária, tive a oportunidade participar de um workshop e de acompanhar o restante da programação.        
O workshop que participei se chamava Teatro Físico – Criando Espaço e Personagem e foi conduzindo por atores da Cie du Paon.          
O workshop foi conduzido em inglês e realizamos exercícios e jogos teatrais baseados na chamada Pedagogia Lecoq, a proposta era uma “viagem” para dentro do corpo. Trabalhamos algumas técnicas como luta de palco, ritmo e canto, exercícios de Yoshi Oida, entre outros.        
Tentei ser diversa ao escolher os espetáculos que ia assistir, até para ter um olhar mais rico sobre o festival. E digo que o festival de teatro me proporcionou um aprendizado triangular: Na produção, no workshop e assistindo os espetáculos. A vivência do festival em si traz aprendido humano e profissional. Estar em contato com pessoas diversas nacionalidades, de contextos sociais diferentes, de linguagem e propostas artísticas diferentes, é muito gratificante e só me faz pensar cada vez mais que o teatro é tão especial
por celebrar a arte do encontro, seja  como for.








TERCEIRA VIAGEM - BERLIM E CRACÓVIA - Rastros do Holocausto

A primeira vez que eu vi um filme sobre a segunda grande guerra eu tinha 12 anos, A Lista de Shindler. O meu interesse pelo tema nunca morreu, embora eu tenha seguido o caminho da arte e não da história. Essa era a única viagem que eu sai do Brasil querendo fazer. Ela foi muito especial e barata. Eu optei por ir sozinha e não fiz esforço para conhecer pessoas, era uma viagem que eu queria curtir de outro jeito.
Eu escolhi duas cidades: Berlim e Cracóvia. Elas não as mais baratas, mas tem um jeitinho de conseguir baratear: fazer uma "conexão" por conta própria. Um voo direto de Lisboa para Berlim custa em média 45 euros. O que eu fiz foi: comprar um voo até Bruxelas e depois comprar um voo até Berlim, paguei 15 euros de Lisboa até Bruxelas e 21 de Bruxelas até Berlim.
O percurso de Berlim-Cracóvia eu fiz de ônibus, são 8h. E para voltar fiz a mesma coisa, comprei um voo até Bruxelas e um de lá até Lisboa. Então, se o seu destino for mais longe, veja se fazer esse esquema compensa, é mais cansativo, mas economiza.

Dia 09 - saindo de Lisboa 
BERLIM - 10 e 11 de Maio 
CRACÓVIA - 12 e 13 de Maio
Dia 14 - Chegada em Lisboa. 


Com esse tempo você consegue ver coisas específica, que quiser desbravar as cidades, 3 dias em cada já dá.


Planejei meu roteiro com base no meu objetivo: os monumentos do Holocausto. Em Berlim, ainda sobrou um tempinho pra conhecer os outros pontos da cidade. Tudo que envolve o holocausto é gratuito tanto o Memorial dos Judeus quanto a Topografia do Terror. O Museu Jucaico custa 2 euros e vale muito a pena.  A Alemanha lida muito bem com o inglês! Mas é aquela história, as palavrinhas mágicas no idioma local deixam sua experiência muito mais agradável.


OS CUIDADOS COM OS PERTENCES: OS MESMOS QUE FALEI NO POST ANTERIOR. 


Transporte público: Vacila e paga 60 euros numa multa. Não existe catraca no metrô em Berlim. Mas isso não significa que seja uma zorra. Ao comprar o bilhete você precisa validá-lo, guardar e muito provavelmente vão te pedir no metrô e se não estiver validado, é multa. 
Assim que você compra o bilhete, caminha até a plataforma pra pegar o trem, certo? Você vai ver várias máquinas amarelas ou vermelhas e é lá que você valida o bilhete. Você introduz ele no local, ele é carimbado com data e hora e você pega de volta. E GUARDA ATÉ SAIR DO TREM. 
O mesmo procedimento pra usar o busão, você pode comprar o bilhete com o motorista ou apresentar o seu (pode usar o mesmo do met
rô) e valida na maquina dentro do ônibus. 

CRACÓVIA
Prestenção numa coisa, a Polônia usa outra moeda. Felizmente, é uma moeda mais barata que a Libra. O PLN (Zloty Polônes) custa quase o mesmo valor que o real. Tipo R$1,00 equivale a 1,02PLN. No caso, 100 euros equivalem a 460PLN. Eu troquei dinheiro no aeroporto e me ferrei, sugiro que você troque em uma casa de câmbio. Também usei meu cartão N26 e correu tudo bem. Me contaram uma lenda urbana que na Cracóvia ninguém falava inglês... Pois te digo que até o dono da padaria minúscula do lado do meu hostel, falava inglês. 
Eu peguei um ônibus para a Cracóvia às 03h30 da manhã e cheguei na cidade às 11h.
Eu escolhi a Cracóvia pra poder ir em Auschwitz, mas ao chegar na cidade fiquei perdidamente encantada. Foi uma surpresa muito feliz! Eu havia reservado um FreeWalk uns dias antes, e fui fazê-lo no dia que cheguei. Eu reservei com o pessoal do WalkActive, é de graça, mas precisa de reserva no site https://freewalkingtour.com/krakow/. Foi excelente! Em três horinhas vimos os principais monumentos da cidade com informações históricas preciosas.
É PROIBIDO CONSUMIR BEBIDAS ALCOOLICAS NA RUA. Então se você não for sentar em um bar, compra sua bebida e toma no hostel ou escondido. Ja que você provavelmente vai comer e fast food, guarde o copo plastico pra por cerveja, se tiver muito afim de contar histórias de como infringiu a lei na Polônia.

AGORA VOU ENSINAR OCEIS IR PRA AUSCHWITZ SEM TER QUE CONTRATAR AQUELES PASSEIOS CARÍSSIMOS  E DAR ALGUMAS DICAS SOBRE O LUGAR. 

Parece muito difícil e as soluções fáceis existem. Mas custam muitos dinheiros. Um daqueles passeios turísticos para Auschwitz pode custar cerca de 80 a 100 euros. Com um pouquinho mais de trabalho, você pode guardar seu suado dinheirinho para comprar livros e outros materiais sobre o lugar lá mesmo.

Antes de qualquer coisa, reserve.
Você tem duas opções: Visita Individual (Gratuita) ou Visita Guiada (50PLN). Eu optei pela gratuita e caso você também opte saiba que ela só pode ser realizada antes das 10h e depois das 16h.
Faça a reserva no site oficial: https://visit.auschwitz.org/rezerwacja/termin.html?idg=1

Eu recomendo que você reserve o horário de 9h da manhã, e depois vou explicar.
Reservou? Ótimo. E como que chega lá? Então, o Memorial de Auschwitz fica a 70km da Cracóvia (cerca de 1h20), mas é de fácil acesso. Você vai precisar ir até a Estação Central (MDA) (trem e bus) procurar a bilheteria e comprar uma passagem para Oswiecim - Auschwitz Memorial. A bilheteria fica no térreo e o ônibus no piso de cima, então assim que comprar é só subir as escadas e procurar pelo bus que bem fácil de achar. O site que eu vou deixar abaixo, é da companhia de bus que faz o trajeto. Tem os horários e os valores. Nós, estudantes pagamos 11PLN. A passagem de volta você compra na volta com o motorista do bus, ok?

https://www.lajkonikbus.pl/krakow---oswiecim.html

Agora olha só, se você comprar a passagem para 7h10, vai chegar no Memorial por volta de 8h40. Se você reservar seu bilhete do memorial para 9h, é o casamento perfeito! Eu indico a ida pela manhã, porque fica MUITO cheio. Eu cheguei 8h40 e já tinha um bucado de gente. Saí de lá 13h30 e tava bem cheio. 



NOSSA, MAS O LUGAR É GIGANTE, COMO VOU ANDAR LÁ DENTRO SEM GUIA? 
Assim que você chegar e entrar, vai ter uma lojinha do Memorial e lá vende um mapa, que é tipo um livrinho, custa 16PLN e tem em Português (o que eu particularmente acho mais vantajoso do que fazer tour guiado em inglês). O Mapa tem a sugestão de percurso e comentários históricos, é extremamente didático. E não sei se é proposital, mas, o mapa começa o percurso em um ponto diferente do guia, talvez pensaram nisso para a gente não andar com o grupo sem ter pago. Eu acho ótimo, porque sempre pego as salas menos cheias. 



COMO QUE CHEGA NO OUTRO CAMPO?
O Memorial tem dois campos. O primeiro que é o menor e o segundo que é enorme, eles estão a 3,5km de distância um do outro. O Museu disponibiliza um ônibus gratuito para levar as pessoas de um campo para o outro.
Depois que você finalizar a visita no campo 1, você sai, vai até o ponto de bus que você desceu (o bus que veio da Cracóvia) nesse ponto vai ter os horários dos ônibus que levam para o campo 2 (e também dos bus que voltam pra Cracóvia). Ai deu, o horário, você pega, vai no campo 2, visita e pra voltar, pega o ônibus no mesmo lugar que desceu. Qualquer dúvida, tem sempre funcionários à volta.

DICAS
A minha visita durou cerca de 4h. E pensa num lugar que tem que andar pra caramba... Portanto, sapato e roupas confortáveis.  Respeitinho básico com a história do local, cuidado com selfies...
É proibido comer dentro das salas de exposição, mas do lado de fora pode.
Deixe esse passeio para o último dia, porque vai mexer contigo.
Se você for uma pessoa muito sensível ou tiver depressão ou algum complexo de ansiedade, eu não recomendo que faça a visita sozinho. O Memorial tem um gatilho atrás do outro. Eu fiquei muito incomodada e fiquei muito mal, precisei sair da sala, sentar num cantinho e ficar quieta um pouco. Ter alguém com você pode ser muito bom nessas horas.

RECAPITULANDO... 
Reservar o ingresso no site oficial
Ir pra Estação MDA
Comprar a passagem no bus de 7h10
Chega em Auschwitz 8h40
Entra no Memorial e compra o mapa
Visita o Campo 1
Sai do Memorial
Pega o bus pro Campo 2 (no mesmo lugar que desceu do bus que veio da Cracóvia)
Visita o Campo 2
Volta pro Campo 1
Volta pra Cracóvia (compra a passagem de volta dentro do bus)

Eu nunca vou esquecer o que vi em Berlim e em Auschwitz. Algumas pessoas me julgaram "Ai, isso é rolê badvibe"... Bom, nem tudo na nossa história é rolê "Goodvibe" e como já falei aqui, cada um constrói a sua experiência de intercâmbio. Então, se você tem interesse, vá!


Em Berlim, eu fiquei hospedada no CHECK-IN HOSTEL, é barato, perto do centro, e é "ok" nem muito bom e nem ruim.
Na Cracóvia, eu fiquei hospedada no LEMON TREE HOSTEL! Foi maravilhoso! E barato, claro! Fica no centro histórico, pertinho de tudo.