No dia 30 de março de
2019, eu havia me inscrito para participar da produção do IMAGINARIUS –
Festival Internacional de Teatro de Rua, de forma voluntária. Após o processo
seletivo e a seleção dos voluntários, houve duas capacitações antes do
festival. O festival ocorreu na cidade Santa Maria da Feira (região norte de
Portugal) entre os dias 23, 24 e 25 de Maio de 2019. No começo eu havia me
questionado sobre o porquê não estender o festival até domingo, depois, tomei
conhecimento que dia 26 de Maio haveria eleições e que realmente não seria
conveniente. Em três dias de programação o festival reuniu 247 artistas de 12
países, 43 espetáculos/intervenções e um total de 229h de conteúdo de
programação. O Imaginarius é o maior festival de artes de rua de Portugal e é
uma referência internacional. A programação era dividida em 4 categorias:
-
Imaginarius Infantil – espetáculos com classificação etária
livre, recomendado para todos os tipos de públicos. Os espetáculos dessa
programação aconteciam entre 14h e 19h para facilitar a ida de escolas.
- Mais Imaginarius e Imaginarius OFF – Os espetáculos dessa categoria
não recebem cachê, portanto a maioria espetáculos era de médio a pequeno porte
(em relação a estrutura) e possuía um ou dois atores no máximo. A maioria,
espetáculos circenses.
- Criações Imaginarius – As produções dessa categoria foram
financiadas pelo Centro de Criação Imaginarius. Há circo, teatro físico, clown,
dança e performance.
-
Programação Principal – A programação principal é bastante
diversa, em termos de linguagem artística, composta por 5 espetáculos que
aconteciam a noite.
As opções de trabalho
eram: Gestão de Público, ardinas e apoio a produção dos espetáculos. Eu me
inscrevi e atuei no apoio a produção de espetáculos. A função consistia em dar
suporte aos artistas durante a montagem do cenário, a instalação e teste de
equipamento sonoro e de iluminação, orientar o público a não ultrapassar a
corda de limitação que dividia “palco e público” e não se aproximar dos
equipamentos e fios. Ao fim do espetáculo, damos suporte à desmontagem do que é
necessário.
Apesar de ser uma função
“simples” para pessoas que estão habituadas a trabalhar com produção executiva
de espetáculos teatrais, o voluntário, como participante da produção do
festival precisa ter uma série de condutas, estar ciente das normas de
segurança e ter amplo conhecimento do que está a acontecer em cada espaço e em
caso de urgência, emergência quem deveria ser contactado e o que nós, na nossa
função deveríamos fazer.
Para isso, houve dois dias de capacitação.
No primeiro dia, 10 de Maio, conhecemos as equipas responsáveis por cada área do Imaginarius, desde a curadoria até a equipa de segurança. No momento final, participamos alguns jogos teatrais com a Cie do Paon (TR), que estavam alocados na programação Criações Imaginarius. Neste dia também tivemos acesso, à uma capacitação de como tratar e receber o público portador de necessidades especiais como cegos, surdos, deficientes físicos e mentais e pessoas dentro espectro autista.
No segundo dia, nos foi passada a função que executaríamos, em qual espaço e em qual horário. Fui alocada todos os dias de 20h às 00h, na rua dos Descobrimentos e na sexta-feira de 16h às 19h na Igreja Matriz .
Na rua dos descobrimentos, acompanhei o espetáculo Fuori Porta do palhaço italiano Dolly Bomba e a instalação do artista visual português Pedro Henriques que é de Santa Maria da Feira. Na igreja Matriz, acompanhei o espetáculo Belly of the Whale do grupo inglês Ockham’s razor.
Cada experiência foi muito válida e bem-sucedida. O espetáculo Fouri Porta era bastante simples em termos de estrutura. O cenário composto apenas por uma mala e uma porta móvel. Uma curiosidade, muito especial sobre esse espetáculo e seu ator foi quando fui me apresentar ao ator e dizer que era voluntária e estaria ali caso ele precisasse de algo, naturalmente, falei em inglês. Imediatamente, e muito simpático, o ator falou brevemente que se sente incomodado de conversar em inglês com pessoas que falam línguas que nasceram do latim, como português, francês, espanhol. "O inglês não é nossa língua mãe. O italiano, o francês e o português tem a mesma origem. E mesmo assim estamos aqui a nos comunicar por uma língua que é muito estranha para nós. O que quero propor é, você fala português, eu falo italiano, devagar, sem desespero ou pressa e vamos ver se nos entendemos, ok?"
Para isso, houve dois dias de capacitação.
No primeiro dia, 10 de Maio, conhecemos as equipas responsáveis por cada área do Imaginarius, desde a curadoria até a equipa de segurança. No momento final, participamos alguns jogos teatrais com a Cie do Paon (TR), que estavam alocados na programação Criações Imaginarius. Neste dia também tivemos acesso, à uma capacitação de como tratar e receber o público portador de necessidades especiais como cegos, surdos, deficientes físicos e mentais e pessoas dentro espectro autista.
No segundo dia, nos foi passada a função que executaríamos, em qual espaço e em qual horário. Fui alocada todos os dias de 20h às 00h, na rua dos Descobrimentos e na sexta-feira de 16h às 19h na Igreja Matriz .
Na rua dos descobrimentos, acompanhei o espetáculo Fuori Porta do palhaço italiano Dolly Bomba e a instalação do artista visual português Pedro Henriques que é de Santa Maria da Feira. Na igreja Matriz, acompanhei o espetáculo Belly of the Whale do grupo inglês Ockham’s razor.
Cada experiência foi muito válida e bem-sucedida. O espetáculo Fouri Porta era bastante simples em termos de estrutura. O cenário composto apenas por uma mala e uma porta móvel. Uma curiosidade, muito especial sobre esse espetáculo e seu ator foi quando fui me apresentar ao ator e dizer que era voluntária e estaria ali caso ele precisasse de algo, naturalmente, falei em inglês. Imediatamente, e muito simpático, o ator falou brevemente que se sente incomodado de conversar em inglês com pessoas que falam línguas que nasceram do latim, como português, francês, espanhol. "O inglês não é nossa língua mãe. O italiano, o francês e o português tem a mesma origem. E mesmo assim estamos aqui a nos comunicar por uma língua que é muito estranha para nós. O que quero propor é, você fala português, eu falo italiano, devagar, sem desespero ou pressa e vamos ver se nos entendemos, ok?"
O espetáculo correu bem,
ajudei a fazer a montagem e desmontagem do equipamento de som utilizado.
Na instalação, o trabalho
era diretamente com o público. A obra SIMULACRO é um espaço suspenso sobre um
rio, é um “chão”, se assemelha a uma cama elástica, mas não é. A ideia é que as
pessoas pudessem experienciar outro tipo de superfície, ao caminhar, sentar,
deitar. Haviam alguns riscos, como de o de deixar objetos que estão nos bolsos
caírem no rio. E o trabalho nesse momento era de orientação do público em
relação a esses cuidados.
No espetáculo Belly of
The Whale, o trabalho foi auxilio o grupo na montagem da estrutura que era “a
barriga da baleia” e ficar atenta a aproximação de crianças perto da estrutura,
que realmente chama muito atenção, por parecer um grande brinquedo de parque de
diversos, é uma estrutura para trabalho circense que só os atores sabem
manusear e que exige muita força e cuidado.
Além do trabalho como
voluntária, tive a oportunidade participar de um workshop e de acompanhar o
restante da programação.
O workshop que participei se chamava Teatro Físico – Criando Espaço e Personagem e foi conduzindo por atores da Cie du Paon.
O workshop foi conduzido em inglês e realizamos exercícios e jogos teatrais baseados na chamada Pedagogia Lecoq, a proposta era uma “viagem” para dentro do corpo. Trabalhamos algumas técnicas como luta de palco, ritmo e canto, exercícios de Yoshi Oida, entre outros.
Tentei ser diversa ao escolher os espetáculos que ia assistir, até para ter um olhar mais rico sobre o festival. E digo que o festival de teatro me proporcionou um aprendizado triangular: Na produção, no workshop e assistindo os espetáculos. A vivência do festival em si traz aprendido humano e profissional. Estar em contato com pessoas diversas nacionalidades, de contextos sociais diferentes, de linguagem e propostas artísticas diferentes, é muito gratificante e só me faz pensar cada vez mais que o teatro é tão especial por celebrar a arte do encontro, seja como for.
O workshop que participei se chamava Teatro Físico – Criando Espaço e Personagem e foi conduzindo por atores da Cie du Paon.
O workshop foi conduzido em inglês e realizamos exercícios e jogos teatrais baseados na chamada Pedagogia Lecoq, a proposta era uma “viagem” para dentro do corpo. Trabalhamos algumas técnicas como luta de palco, ritmo e canto, exercícios de Yoshi Oida, entre outros.
Tentei ser diversa ao escolher os espetáculos que ia assistir, até para ter um olhar mais rico sobre o festival. E digo que o festival de teatro me proporcionou um aprendizado triangular: Na produção, no workshop e assistindo os espetáculos. A vivência do festival em si traz aprendido humano e profissional. Estar em contato com pessoas diversas nacionalidades, de contextos sociais diferentes, de linguagem e propostas artísticas diferentes, é muito gratificante e só me faz pensar cada vez mais que o teatro é tão especial por celebrar a arte do encontro, seja como for.
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